Peça que ilustra, através da vida de Rogério, um jovem da igreja, que se deixou enrolar por dois amigos. As ilusões, as promessas e a sutileza, que o envolvimento proporcionaram a vida deste cara. Personagens: Rogério (um jovem cristão), David (jovem não cristão), Edinho (jovem não cristão)
Cenário: Nenhum específico. Pode ser uma rua ou praça.
Objetos necessários:
Jaqueta Correntinha (adorno masculino) Corda (preferencia para corda fina, de nylon) Bracelete (qualquer objeto que seja possível amarrá-lo ao braço; preferencia para um pedaço de corda fina, em nylon - será chamada de extensor do bracelete)
Cena Inicial: O jovem cristão está voltando da igreja, pode estar cantando um louvor, quando se encontra David.
David (não cristão): E ai Rogerinho, beleza? Rogério (cristão): Tudo bem.... DAVID: Quanto tempo hein cara. ROGÉRIO: É verdade, quanto tempo... DAVID: Mas me diga o que vocês está fazendo, conte as novidades. ROGÉRIO: ah, agora eu sou evangélico, tenho ido na igreja e, às vezes, saio com o pessoal para uma pizzaria, sorveteria ou alguma coisa assim. DAVID: ah, então é por isso. ROGÉRIO: Por isso o que? DAVID: É por isso que você está assim, com essa cara esquisita. Olha só pra você cara, você só andava “nos panos “, cheio de menininhas... ROGÉRIO: É, mas eu não era feliz. DAVID: Que nada cara, oh presta atenção. O que você acha dessa jaqueta que eu estou usando? ROGÉRIO: É muito bonita, muito legal. DAVID: Então, oh, fica pra você (tira a jaqueta). ROGÉRIO: Pra mim? DAVID: É cara, pra você. Oh, deixa eu colocar. (coloca a jaqueta nele) Edinho chega... DAVID: E ai Edinho, beleza? EDINHO: Eu tô bem, mas... (para o Rogério) que jaqueta chic cara, que legal; você tá boy hein? ROGÉRIO: Você acha mesmo? EDINHO: É claro, é igualzinha a daquele cara da novela. ROGÉRIO: É mesmo? EDINHO: lógico, você não assiste não?!? não é por nada não cara, mas você tá muito simpático. DAVID: É verdade, tá legal, mas parece que ainda tá faltando alguma coisa... EDINHO: Realmente, ainda falta alguma coisa. Já sei, já sei (tira a correntinha do pescoço) tá faltando uma corrente. Com essa corrente aqui você vai abalar geral, vai catar todas as minas da igreja. DAVID: É mesmo, com essa corrente ela vai ficar o cara. ROGÉRIO: (um pouco tímido) não, que isso... EDINHO: Que nada, é sério, com isso aqui você vai ficar igualzinho ao Gianechini. ROGÉRIO: Não, isso ai deve ter custado uma nota cara, não precisa se preocupar. EDINHO: Você vai desfazer bicho? ROGÉRIO: Não, não é isso.... EDINHO: Se não é isso, então é só colocar (vai colocando em seu pescoço) ROGÉRIO: Não precisa se preocupar cara... EDINHO: Precisa sim, você é nosso amigo, então vai ganhar essa corrente. ROGÉRIO: E vocês estão me dando essas coisa assim, de graça? DAVID: É claro, nós temos a maior consideração por você cara, nós somos seus amigos. ROGÉRIO: Poxa, já não se acha amizades assim nem mesmo na igreja... EDINHO: Pronto (colocou a corrente) olha ai, agora você ficou boy mesmo. DAVID: Edinho, não é que o cara ficou bonitão mesmo?! EDINHO: Ficou o cara... ROGÉRIO: Que isso gente, vocês não precisam fazer isso por mim EDINHO: Que nada, amigo é pra essas coisas. DAVID: Edinho, ficou muito legal, mas eu acho que se agente arrumasse um bracelete pra ele, iria ficar melhor anda, ai ia abalar mesmo ! EDINHO: É verdade né, um daqueles que só os caras da grana usam. Daquele que tá na moda nos Estados Unidos. (Rogério só observa – atento) DAVID: É, meu irmão viajou pra lá e ele trouxe um pra mim. Tá aqui no meu bolso. (tira do bolso) Acho que vou dar para o Rogerinho. EDINHO: Cara (pega o bracelete – admirado) esse aqui é do original mesmo, é 10. Meu sonho é ter um desse daqui. DAVID: Mas pode tirar o olho, porque já é do Rogérinho. ROGÉRIO: Meu, por que? Não, não precisa me dar, seu irmão trouxe pra você. DAVID: Mas acontece que você é meu camarada, então eu vou te dar. ROGÉRIO: Não precisa não cara. DAVID: Não, já é seu. ROGÉRIO: Mas não precisa. EDINHO: Pô, você está desfazendo do cara? ROGÉRIO: Não, não é isso. DAVID: Então pode pegar (vai colocando o bracelete em seu braço, na altura do bíceps). (depois que colocou) Pronto, agora sim. EDINHO: Nossa cara, ficou 10. Desse jeito ai eu não seria nem louco de deixar você chegar perto da minha nina. DAVID: Nem eu; ficou muito “ da hora “. ROGÉRIO: Que isso gente... EDINHO: Não é sério, agora só falta dar um rolê com a gente. ROGÉRIO: Não, não, isso eu não posso fazer. EDINHO: Porque não? ROGÉRIO: Não, eu não saio mais para onde vocês vão. DAVID: Então quer dizer que você está desfazendo da gente? ROGÉRIO: Não é isso... DAVID: Como não, você disse que não vai onde a gente vai. ROGÉRIO: Mas eu não estou desfazendo de vocês. EDINHO: Então vamos cara. ROGÉRIO: Não, imagina se alguém me vê por ai... DAVID: Ninguém vai te vê cara; meu carro tem o vidro escuro. ROGÉRIO: Mas e se me veem lá?! EDINHO: Tudo bem David, o cara não quer ir. ROGÉRIO: desculpa ai pessoal, ó, se vocês tivessem pedido qualquer outra coisa, com certeza eu faria.... DAVID: Tudo bem, então usa o nosso extensor de bracelete. ROGÉRIO: Sem problemas, eu uso. DAVID: Então espere um pouquinho que eu vou buscar.
Enquanto David sai para buscar – a corda - Edinho fica conversando com Rogério
David volta segurando uma das pontas da corda, a outra ponta fica na mão de outra pessoa, que deverá ficar no fundo do templo (ou do lado de fora), na direção do corredor (direção em que deverá estar também o Rogério).
DAVID: Tudo bem Rogérinho, agora é só nos colocarmos o extensor. ROGÉRIO: Mas por que é tão grande? DAVID: Fica frio, é só eu amarrar e você vai ver, vai ficar 10 ! (amarra então a corda no bracelete) prontinho.
A Partir de agora, os dois continuam conversando com Rogério, alternadamente, porém, girando em sua volta, até o limite da corda (que deverá estar levemente esticada). Conforme conversam, Rogério vai girando para poder olhar para aquele que lhe fala e isso faz com que a corda o vá enrolando. A pessoa que está segurando a outra ponta, deve ir liberando corda a medida em que a mesma vai sendo enrolada. Depois de um tempo de conversa, devido a ter girado em torno de si mesmo, Rogério acaba ficando enrolado desde o braço, onde está o bracelete, até os pés.
EDINHO: Então Rogérinho, você não quer mesmo ir dar o rolê mesmo? ROGÉRIO: Não, eu não posso. DAVID: Mas você vai perder cara, vai ter um monte de menininha lá. EDINHO: É mesmo, vai estar a Marcinha, a Dri, a Kelly. ROGÉRIO: Mas eu acho melhor não ir DAVID: Bom, você que sabe... EDINHO: É, já que você não quer...
Depois que Rogério estiver todo enrolado:
DAVID: Falô hein Rogérinho, foi um prazer. EDINHO: Valeu... ROGÉRIO (se da conta de que está enrolado): Ei, eu estou preso, ajude-me a sair daqui. EDINHO (enquanto sai andando): Se vira meu camarada. ROGÉRIO (entrando em desespero): Por favor, me ajude.
A pessoa que está segurando a outra ponta da corda, a puxa, levando Rogério ao chão.
ROGÉRIO (caído): Socorro, socorro....
Nesta hora, uma pessoa, já preparada, pode trazer uma palavra com base na encenação; explicando a forma astuta e sutil com que as coisas do mundo tem envolvido alguns jovens cristãos.